Quando o mais leal e confidente
Torna-se mais digno de suspeita que de confiança
Não há mais motivos para agrados e risadas
Salvo as falsidades e aparências
Pena eu não ser homem de língua afiada, ladino
De conquistar simpatia até dos inimigos
Boto logo o preto no branco
Jogo limpo, reto, claro
A incerteza só me traz confusão
Mas pelos anos e teor da amizade
Devo-lhe a dúvida
Antes do veredito
Apenas a miragem da traição
Basta para levantar meu ódio e mágoa
E já não sei se é maior o medo de saber a verdade
Ou de conhecer o culpado