segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sem Amanhã

Minha noite beira a loucura
Sinto próximo o fim do teu apelo
Nenhuma carta mais
Nenhum recado

Conforme pedi
Em uma hora racional e ponderada,
Teu amor silenciou
Mas o meu não... Mas o meu não...

Eu sei, é fútil e simples assim
E parece poesia barata
As coisas são como são
Sei que a vida não tem parada...

E a garrafa de vinho que me deste
Não será aberta,
Ficará na lembrança do que poderia ter sido
Mas não foi, nunca foi...

Me rodeio de artifícios pra não te lembrar
Para não notar teu perfume e tuas coisas espalhadas
Como posso ceder a teu chamado,
Na certeza de um amor sem amanhã?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Os Ponteiros Devem Girar

Resultado de imagem para relógio da vida

Eu sei, teu corpo, agora, traria o conforto
Falso e volátil, como foi nosso tempo
Afinal, a saudade aperta assim
Privando da razão e de tudo mais

Aos poucos a noite se espalha pelo dia
E sem querer os olhos bandidos,
Te procuram na multidão
Nessas horas o orgulho é meu amigo

Teus recados e procuras
Enlouquecem mas me prendem
Se de longe, tão ligados
Juntos, sempre separados

Agora, nem os ponteiros, do avesso
Ou parados, como parecem estar
Poderiam, outra chance, nos dar
Precisam girar, sim. Devem virar.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Fica Pra Trás

Nunca vou entender porque temos que magoar quem amamos
Essas coisas de coisas da vida não me convencem
É estranho e dói o equilíbrio natural:
Alguém morre para que possamos nascer

Saber que um sofre para o outro sorrir
E agora, minha alegria é sempre limitada
Porque sei que tu sofres na mesma medida
Não é justo ter que dizer adeus quando a vontade é ficar

E a cada vez, é mais um pedaço de alma que fica pra trás
Esvaindo a vida, criando ira
Secando mais e mais
Direto para um mundo de apatia e exagerada cautela

Nostalgia à luz de velas
Pode até parecer coisa de novela
Mas eu sei que não sou o único
E mesmo assim, adeus...

Doce Fera

Por trás das janelas dos olhos do homem
Estava sempre a fera
Sempre na espreita, sempre direita
Ereta, direta

Porém, nas grades, aprisionada
Impedida de servir como devia
Negada de toda glória e vigor, deixada
Tornou-se vazia, estática, doentia

No olhar fixo mostra dominação
Sem desejo e sem anseio,
Privada de sonho e de paixão,
Negada de busca, sem razão

Faz da vida, um lago parado e morto
De conformação
Sem luta
Sem tesão

Assim são os homens em seu ceticismo
Frios e calculistas, vazios na futilidade
Não fazem mais reais, os sonhos
Mas os sonhos, de realidade...

Se não presa, se não fria
Se não morta, a alegria
Basta sabedoria
Quem pensa cresce, quem pensa cria!

Vórtex Cerebral

Não há felicidade maior do que saber
Que existe uma pessoa a quem recorrer
Quando tudo mais perece
Quando tudo mais esquece

Mas a falta dela não mais cega, nem ao orgulho
Não mais me entristece
É a diferença entre homem e menino
E talvez, também, entre amor e paixão...

Ilusões trocadas por objetivos
Imaginação pela lógica
Mas por incrível, e diferente, que pareça
Para mim alguns sonhos perduram, na gaveta de bagulhos...

Sonhos altos demais pra que um dia eu alcance
Mas me encorajam à esperança
Porque ainda acho que a diferença entre fortes e fracos
Se mede pelo tamanho de seus sonhos.