sexta-feira, 15 de março de 2019

Taça Suada



Vejo através dessa taça suada
Parado pensando na vida que vai
Eu sei que esse copo não vai resolver
Minha falta de vida, a falta de ser

Mas sigo bebendo, fingindo não ver
O bem que me faz e o mal que parece
Na mesma medida em que alguns ficam loucos
Pra mim é pouquinho, mas muito vai ser.

Me sinto saudável, corridas, suor...
E aquele chopinho que desce no amor!
Divago... O gosto é o prazer,
Ou bom mesmo, é beber?

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Meu Maior Presente


Disseram hoje que eu adoro te magoar...
E de certa forma isso me fez pensar
Naquelas vezes que eu te disse o que eu pensava sem pensar,
E nas besteiras que fazemos quando não entendemos os motivos uns dos outros...

Agora percebo que de nada vale o julgamento de um pro outro
Já que o outro nunca esteve na minha exata posição
E se estivesse, seria outro!
Por mais vil e fria condição que possa ocorrer, ainda sim,
Nossos momentos diferem, assim como meu certo e o teu correto.

Por isso, pai... Me perdoa!
Das horríveis palavras que te joguei!
Mesmo depois de tu ter jurado a vida por mim e prometido fazer do meu bem teu objetivo...

Perdoa o meu argumento absurdo de adolescente contra os teus,
Quando eu não sabia ainda das aflições humanas pelas quais tu tanto passou e tentou me privar.
Aquelas que eu, só agora, consigo ver de longe num horizonte ainda distante.

Perdoa, pai... Minha falta de maturidade,
Por não entender teu carinho e tua atitude sábia
Quando tu me deu o teu melhor e recebeu meu descaso,
Assim como fazem os filhos quando lhes falta ainda entendimento sobre a vida.

Só agora depois de tantos anos eu começo a perceber que nada do que sou seria,
Nem nada do que tenho haveria,
Se por acaso tu não tivesse feito quaisquer das coisas que fizeste sem sequer hesitar em meu apoio.
É por essas e todas as coisas indizíveis que tu ainda fará sem que eu perceba ou entenda
Que eu vou viver e morrer sem que exista pagamento para o maior presente que há: o amor.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Futilidade


Tanta gente me confessa que busca alguém que chegue para ficar
Que é raro e difícil encontrar quem nos dê valor
Mas eu vejo atitudes sempre, a isso, se opor

Bocas cheias de versos, largos, rasos
Como uma poça no deserto
Que uma simples brisa, amanhã desfará

Solidão se aproxima pelas palavras sem verdade
Se o que buscamos é a felicidade
Porque é tão difícil se entregar?

Tentar parecer mais interessante
É sugerir que, ao normal, não é cativante!
Ah! Mundo: um teatro vazio de cortinas abertas...

terça-feira, 26 de junho de 2012

Graças a Deus


Por fim, entendo que, de fato, não há Deus!
Caso contrário, onde estaria o conforto e a paz tão almejada por todos?
Nenhum Deus faria com que a humanidade sofresse eternamente ansiando por uma redenção que nunca veio nem virá!
Que Deus é esse que traz os homens à vida, deixa-lhes as belezas e prazeres conhecer, para depois castigar com angústias e desilusões aterradoras por demais (e repetidas), até que, fartos do mundo ou velhos demais para contestar a morte, perecem?
O que é Deus, se não uma personificação de tudo aquilo que não conseguimos explicar? Ou pior: uma forma de subjugar outros que ainda não sabem o que pouco sabemos.
Não, me desculpe amigo cristão, estamos sozinhos.
Graças a Deus...

terça-feira, 22 de maio de 2012

País de Todos


Sou feliz por ainda estar aqui...
Por poder cantar
E acreditar que, pelo menos, posso fugir da injustiça
Por poder, ainda, omitir minha sede de brigar pelo que é certo.
Sejamos gratos por poder viver em silêncio
Nesta terra onde já não se fazem queixas
Porque já não há mais pena.
No nosso Brasil: "país de todos".

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Indiferença

Ao tentar demonstrar tua falta, ainda na vergonha de dizer que me faltavas
Estraguei o tão pouco que conquistei
E o fiz na ilusão de que, muito mais, havia conquistado
Percebi, tarde demais, que errei o mesmo erro de outras vezes

Se, era tempo o que o nosso tempo mais precisava
Então de que vale o que eu sentia,
Se não para deixar queimar tudo assim, de uma só vez,
E só depois acabar ou mudar para algo maior?

Agora tanto faz o que se foi e o que virá
Meu momento não há como descrever
Apenas te sou grato pelas horas que passamos
E agradeço por me ouvir cantar: foi prazer mais meu!

Amanhã, e ainda depois, vou ansiar por teu chamado
Mesmo sabendo que, como sempre, não virá
E vai me partir ao meio, como já foi antes,
Mas viverei...

Ao que o sol raiar
Tentarei lembrar do telefone que não tocava
E do beijo que, em vão, esperei
Vou me forçar a convencer de que pouco perdi, já que na verdade, nunca fostes minha.

sábado, 17 de setembro de 2011

Perfeição

Em meu tempo de menino
Minha arte era mais nua
Simples, tosca,
Quase chula

Com estudo e muito tempo
Me tornei mais sabedor
Fiz do verso, uma ciência
Mais, da arte, pensador

Na ambição pela beleza,
Minha obra se perdeu
Não mais limpa e transparente
Mas vazia e sem amor

Hoje, lembro do início
Pouca rima, pouca cor
Inocente e sem pudor
Mas me agrada assim, sim!

Enquanto o erro conduz à correção
São os defeitos que começo a usar
Somos todos imperfeitos
E por isso, há perfeição!

sábado, 13 de agosto de 2011

Se a Mente Não Vigia


Nessa busca por sentido
Dá-se passos no escuro
Acabando por seguir
Ao relevo da vida

Enquanto o tempo passa
No relento, ao deleite
Não se pode reclamar
Se as ações não fazem frente

Nos refrões do dia-a-dia
É presente a hipocrisia
Pois não valem, esses versos
Se a mente não os vigia

Meu Jeito de Amar



Poetas vivem de momentos
E não me culpe pelos momentos
Que nunca foram para sempre
Sou poeta, não ator

Eu sempre soube
Como falar ao coração
Sempre ao alheio
Ao meu não, ao meu não...

Não sei fingir,
Não sei mentir,
Só sei falar, tudo que sei
Só sei cantar e cantar!

É pena eu não poder ditar
Obrigar, mandar nesse meu peito
E fazer, assim, eleito
Meu próprio jeito de amar

As Linhas Da Minha Palma

Hoje à noite as horas passam sem perceber
Vejo o quanto tão distante podemos ser
E como, assim, dói viver...

No meu peito bate uma dor anormal
Mas no fundo eu sei que isso tudo é tão natural
Todos nós sabemos que a vida é tão desigual...

Minha mente diz que assim, pra nós, é melhor
Mas no corpo, a vontade de te ter, é maior
E eu fico sem conseqüência...

Juntos, são só diferenças e não há paz
Mas sozinho sei que meu mundo não é capaz
E não há mais ninguém que me satisfaz...

Sei que volto e te faço sofrer
Se não volto, minto em dizer que não quero mais te ver
O que fazer, se na mente, tu não cala!?

E a razão me faz pegar uma forma de calma
E a lágrima não cai pra não lavar a alma
Encurtando mais e mais as linhas da minha palma...